sexta-feira, 15 de abril de 2011

Gegê Livre relato de Afonso Magalhães de Brasília DF


GEGÊ LIVRE RELATOS DO TRIBUNAL AFONSO MAGALHÃES  



Conclusões do processo criminal e da absolvição de Gegê

Terminou ontem, 5 de abril de 2011, de forma vitoriosa, um exaustivo trabalho para a absolvição do companheiro Gegê e contra os agentes do sistema que insistem em criminalizar a luta social e os movimentos populares.
A possibilidade de sairmos com uma derrota nesse julgamento nos inquietava, ainda que politicamente nunca tivéssemos nos sentindo derrotados.
Quando o promotor Roberto Tardelli - cuja função básica é a de acusar o réu e geralmente pedir sua condenacao – defendeu a absolvição de Gegê, estava desenhada a vitoria que, finalmente, se consumou com a posição unânime dos jurados também pela absolvição.
7x0, goleada a favor dos movimentos populares e em partida decisiva realizada no “campo adversário”!
Desde o incidente que levou a acusação do Gegê (em agosto de 2002, na ocupação da Av. Presidente Wilson), mas, mais precisamente, desde a prisão “preventiva” de Gegê, em abril de 2004 (quando de fato ele, Gegê, e todos nós, soubemos do processo e da acusação criminal), passamos por muitas dificuldades e tivemos um imenso trabalho até chegar a esse maravilhoso resultado na batalha judicial no Fórum Criminal da Barra Funda.
Gegê foi libertado em maio de 2004, mas para não ser preso por mais duas vezes – em abril de 2005 e, depois, em março de 2009 - tivemos de colocá-lo na clandestinidade, contando com a ajuda da própria militância da CMP, dos movimentos populares em geral, do PT e dos partidos aliados, de companheiros do governo federal, de governos estaduais e municipais e também da solidariedade internacionalista – governos, partidos e movimentos populares – de países vizinhos.
Essa solidariedade passava principalmente pela confiança política e pela a solidariedade de classe! Não podia ser de outra forma, visto que entender “racionalmente” os meandros políticos e judiciais da situação de Gegê era, às vezes, muito complicado...
Tínhamos que explicar que o processo contra ele era uma farsa e conseguir comprovar isso com um exaustivo trabalho de defesa conduzido de forma competentíssima por Dr. Guilherme Madi Rezende e sua equipe, que assumiu a causa no ultimo período e a quem agradecemos imensamente e reconhecemos nossa dívida...
A CMP teve muitos prejuízos políticos e organizativos com essa perseguição a Gegê. Durante esses oito anos, tivemos que despender tempo, recursos humanos e materiais que não tínhamos! Tivemos que nos superar.
Afortunadamente, conseguimos fazer com que a “solidariedade da classe trabalhadora” suplantasse o “fogo amigo” quando este se insinuava perigosamente, do tipo: se Gegê não é meu amigo... se mexeram com ele, não mexeram comigo....
Também era difícil entender, para alguns, e às vezes de explicar, que Gegê estava sendo perseguido dentro dos marcos da “institucionalidade”, dentro da “ordem burguesa” e que nós teríamos que livrar Gege dessa perseguição atuando, ao mesmo tempo, dentro e fora dessa mesma “institucionalidade”.
 Ao contrario de tantos companheiros defensores dos direitos humanos, Gegê não estava sendo perseguido por máfias, quadrilhas, paramilitares que agem como parte do sistema, mas à margem da legalidade e da institucionalidade!. Ele era vítima de forças legalmente constituídas (setores da policia, ministério público, magistrados etc.). Isso criou dificuldades, mas não impediu de construirmos uma blindagem político-institucional capaz de absolver o companheiro.
Agora, vamos correr atrás do “tempo perdido”, reconstituir a unidade interna da CMP e o protagonismo da Central como instrumento de unidade e de mobilização dos movimentos populares em nível nacional. Para isso, Gegê sempre foi peça fundamental e agora está definitivamente liberado para ajudar a CMP a cumprir essa função.
Nesse mesmo dia 5 de abril, em Brasília, enquanto se consumava a histórica vitoria no Fórum Criminal de Barra Funda – São Paulo, um grupo de companheiros vinculados à CMP de Brasília encarava um interrogatório na Vara Criminal de Planaltina (DF),  vítimas de processo político-criminal, desencadeado pelo Governo Arruda, em 2009, contra o Movimento Pró-Moradia Ambiental do DF.
Não há provas contra Paulão, Ismael e mais outros cinco companheiros da direção daquele movimento acusados pela polícia do Arruda. Eles também são vítimas da tentativa dos setores reacionários da sociedade – alguns já derrotados e, política e moralmente, banidos da vida pública, como é o caso do mesmo ex-governador Arruda – que insistem em criminalizar os movimentos sociais. Temos confiança que esses companheiros e lutadores sociais também serão absolvidos.
A luta continua!!

Brasília , 6 de abril de 2011

Afonso Magalhães
Da Direção Nacional da Central de Movimentos Populares
Do Diretório Regional do PT-DF

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