quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Todo apoio aos moradores do Horto RJ Não ao despejo e a perseguição!



Uma nova tentativa de ataque contra os moradores do Horto no Rio de Janeiro, agora do  TCU Tribunal de Contas da União, que proferiu uma ordem de despejo contra os moradores na área do Parque do Jardim Botânico, é mais uma ação contra o direito das famílias. 

A CMP RJ apoia as famílias e seus direitos. Não aos despejos!

SOS moradores do Horto!
Moradores em luta moradia e preservação! Racismo ambiental?


Casas dos moradores no Horto,  quem quer expulsar os moradores?
será que querem prédios no lugar das casas?!!!


Publicamos Carta dos Moradores durante a Rio + 20:

Manifesto do Conselho Popular do Rio de Janeiro para circular na 
Rio+20 e na Cúpula dos Povos 12 de junho de 2012

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NÃO É REMOÇÃO DE FAVELA

No mês em que ocorre o encontro Global chamado Rio+20, para supostamente discutir os rumos da “Economia Sustentável”, quem se senta à mesa para tomar as decisões NÃO É O POVO, e sim seus supostos representantes: as autoridades políticas nacionais e internacionais. Essas mesmas autoridades se reuniram aqui 20 anos atrás (Eco-92), tomaram várias decisões, mas desde então as coisas só pioraram, social e ambientalmente.

O discurso de preservação do meio ambiente das “autoridades”, na verdade, é uma grande MENTIRA, pois o que vemos é a total devastação da natureza pelas ações das grandes empresas da construção e do setor imobiliário, que no Rio de Janeiro contam com a omissão e a cumplicidade dos Juízes, Parlamentares, Governador e Prefeito. O resultado é o desaparecimento da fauna e vegetação nativa, poluição e extinção de rios e lagoas, para a construção de condomínios de luxo, prédios empresariais e vias expressas de transporte.

O mesmo discurso da preservação ambiental usado pelas autoridades governamentais tem servido como pretexto para a remoção de favelas tradicionais, atropelando assim as leis que tratam do direito a moradia digna e saudável para os trabalhadores pobres. As famílias das favelas são removidas e/ou despejadas violentamente contra sua vontade para lugares distantes, destruindo o seu convívio social e a cultura local, e as terras são criminosamente negociadas pelo poder governamental com a especulação imobiliária: por que reassentar favelas de trabalhadores em residências miseráveis de 40 m²?

O programa Minha Casa Minha Vida, proposta do Governo Federal como alternativa para resolver o problema da moradia do trabalhador pobre, tem sido usado para injetar dinheiro público nos cofres de empreiteiras da construção civil, e as secretarias municipal e estadual de habitação tem atuado como mediadores destes interesses, oprimindo o morador de favela e pressionando para que ele entregue sua casa.

Com a realização de mega-eventos no Rio de Janeiro – desde a própria Rio+20 até as Olimpíadas de 2016 – essa trágica realidade para as favelas tem se agravado. Mais de 150 mil pessoas estão ameaçadas de remoção forçada nos próximos 4 anos, somente por conta dos projetos relacionados a estes eventos internacionais. Ainda querem remover outras 100 mil pessoas através de argumentos ambientais e de risco que não respeitam os critérios técnicos e legais exigidos. Muitas comunidades já foram extintas ou desfiguradas.

Nós trabalhadores temos direito ao meio ambiente saudável e ao local em que sempre vivemos. Não queremos esta “Economia Sustentável” que sustenta remoção, sob pretextos ambientais e urbanísticos. Queremos respeito e ampliação de nossos direitos, queremos saneamento, recuperação ambiental, melhorias nas residências, serviços públicos de qualidade, justiça e igualdade social!

CONSELHO POPULAR DO RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro, 20 de junho de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário