23 DE SETEMBRO DE 2011 - 13H13
Missão do Ministério da Saúde vai ampliar relações com Cuba
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, está em Cuba, nos próximos quatro dias, para a assinatura de acordos de cooperação bilateral que envolvem pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos e outros produtos para a saúde. O Secretário da Saúde do Ceará, Arruda Bastos e o deputado João Ananias (PCdoB-CE), presidente da Subcomissão Especial do SUS e Vice-Presidente da Frente Parlamentar da Saúde, integram a comitiva do ministro.
As parcerias, que envolvem 58 projetos de pesquisa e desenvolvimento, com 12 novos medicamentos , representam um marco na cooperação tecnológica entre os dois países, que lideram o setor de pesquisa e tecnologia em saúde na América Latina. Os 12 novos produtos, de alta tecnologia, servirão para o tratamento de diferentes doenças, como câncer e diabetes, além de vacinas.
Brasil e Cuba também vão firmar cooperações em pesquisa clínica na área oncológica e para a articulação das únicas plataformas de ensaios clínicos da América Latina - certificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) -, e que estarão disponíveis, de maneira inédita, em português e inglês. Esta iniciativa torna a região mais forte nas atividades de pesquisa voltadas ao desenvolvimento de produtos em saúde.
“É uma prioridade para o Brasil a ampliação dos acordos internacionais e as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) para transferência de tecnologia e produção nacional de novos medicamentos voltados ao tratamento de doenças prevalentes na população brasileira”, afirma o ministro Alexandre Padilha.
“As PDPs têm contribuído para a redução do déficit na balança comercial, já que o Brasil importava quase que a totalidade de seus insumos. Esta estratégia se insere nas diretrizes do Plano Brasil Maior ao colocar a inovação em saúde no centro da política nacional de desenvolvimento”, acrescenta.
Além de ampliar a assistência à saúde da população dos dois países, as parcerias vão resultar no aumento das exportações na área da saúde tanto de Cuba para o Brasil, em 50 milhões de dólares por ano, como do Brasil para outros países, em duas vezes este valor.
Novos medicamentos
Em 2006, Brasil e Cuba iniciaram parcerias de transferência de tecnologia para a produção de dois medicamentos: o Alfainterferona 2b Humana Recombinante, para o tratamento das hepatites B e C, e o Alfapoetina Humana e Recombinante, contra anemia e insuficiência renal crônica. Os dois países desenvolvem agora o Interferon Peguilado, medicamento contra as hepatites B e C, que deve entrar no mercado em 2014.
Entre os acordos de agora, o destaque é para a transferência de tecnologia de Cuba para o Brasil para a produção de um medicamento que promete reduzir em mais de 50% as amputações em diabéticos: o Heberprot-P, indicado para o tratamento da chamada “úlcera do pé diabético”.
Outro destaque é a cooperação para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais. Eles são capazes de reconhecer as células cancerígenas, poupando aqueles que estão saudáveis e resultando em efeitos menos tóxicos do que a quimioterapia tradicional.
Com estudantes brasileiros
No primeiro dia da viagem, quinta-feira (22), a missão brasileira teve reunião com o ministro da saúde pública cubano, Roberto Morales Ojeda. Nesta sexta-feira (23), pela manhã os brasileiros serão recebidos no Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, e à tarde no Ministério de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro. Os centros visitados serão o de Engenharia Genética e Biotecnologia e o de Imunologia Molecular. A comitiva também visitará a Faculdade de Medicina Salvador Allende.
Os cearenses Arruda Bastos e João Ananias, reservam espaço na agenda para uma visita à Escola Latino-Americana de Medicina de Cuba (ELAM). Nesta sexta-feira, eles estarão com estudantes brasileiros que fazem o curso de medicina na ELAM, e que estiveram este ano no Ceará na Semana de Saúde Cuba-Ceará, realizada em Sobral.
A ELAM recebe estudantes carentes de toda a América Latina, com o objetivo de fazê-los retornar, já formados, às suas comunidades de origem, para atuar como médicos. Os estudantes são bolsistas do governo cubano, com garantia de material didático, moradia e alimentação.
De Brasília
Com informações do Ministério da Saúde
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